SE EU TE PUDESSE DIZER...O QUE NUNCA TE DIREI,TU TERIAS QUE ENTENDER,AQUILO QUE NEM EU SEI.(Fernando Pessoa)

sábado, 25 de abril de 2009

MAIOR DESEJO by Hélio


Por que te deslizo entre os dedos,
como areia rebelde,
Me fizeste teu maior desejo e tua frustração cotidiana
Por que esmaeço em tuas memórias,
retoca-me o rosto sem cessar
Porque não me faço teu súdito,
revolve no teu peito feminino
A virilidade ofendida e me caças como se trucidar pretendesses...
Porque volátil me faço em teus momentos mais íntimos
Desnuda-me sem pudor, velozmente,
antes que me dissipe desavergonhadamente nu
e antes que teu dia amanheça
eu anoiteço em teus olhos e assim fujo do teu abraço tentador!

ANGEL by Hélio

Angel
Você ainda vive... em mim...
Não sigo fórmulas prontas
Não coloco moldura
Não busco sentido moral das palavras
Me desvio da métrica
Sou avesso às rimas
Fujo dos estilos
Nem busco sentimentos precisos
Apenas o vago do coração
O claro-escuro das sensações
Não quero transcender o concreto
Nem cair na mesmice retórica pelo moralismo ideológico
Quero desmistificarInventar, exultar o irreverente e cáustico
Reinventar a realidade
Sentir as indecisões da alma
Criar alucinações sensoriais
Vomitar minhas verdades
Apenas quero,
Escrever-te livremente

LAMENTAÇÕES by Hélio

Angel
Os pensamentos perpassam por mim diluindo-se em incertezas
Cada vez mais profundas,
Mergulho no azedume desta noite escura sem lua
Que até parece,
Zombar de minha inquietude
Integram-se aos meus lamentos
Silêncio mortal galgando as horas, impiedosa,
Momento cruel para indagações
Não sei se há respostas, nem sei se as quero
Sinto-me frágil, indeciso
Sinto tamanha impotência diante da arrogância venenosa
Desta tristeza torturante, tortuosa
Não há saudades há sentir
Não há lágrimas para chorar
Vejo um abismo se formando desta incerteza
Num redemoinho letal de sinistra penumbra
E a noite ri, num sorriso macabro
Deste vácuo de dor e sofrimento
Da tristeza do vazio...

TEU CHEIRO by Hélio

CHEIRO!
Onde estará o seu cheiro?
-Perdido entre outros.
Coitado do queridoque não mais tão queridochor
aonde ninguém mais importa
Chora na esquinaque o medo do desamor
cresce como pau brasil
adubado pela terra
que ninguém mais importanem o ex-amor.
Mas no meu Brasil
tantos outros choraram
que minha dor
juro em outros
viraram amor
e afirmo
que não sei mais
responder
onde estará seu cheiro?